segunda-feira, 28 de março de 2011

Liderança e Discernimento

Sua Santidade o Dalai Lama reitera que seguirá fazendo sua parte na causa pela Liberdade do Tibete
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Ao oficializar pedido de afastamento do cargo de Chefe de Estado, o Parlamento do Tibete deverá adotar reformas para eleger o seu sucessor, pelo povo. Sua Santidade o Dalai Lama enfatiza que seguirá fazendo sua parte na causa pela Liberdade do Tibete. Ao anunciar a intenção de declinar do cargo, o Dalai Lama garantiu que não se sente "desanimado" nem pretende "se esquivar de responsabilidades", e que prosseguirá, agora mais do que nunca, desenvolvendo o seu trabalho pela "causa justa do Tibete".
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O líder tibetano pediu formalmente ao Parlamento do Tibete que adote reformas democráticas para nomear um representante eleito que permita ao líder espiritual, separadamente, renunciar a seu papel político. "Nenhum sistema de governo pode assegurar estabilidade e progresso se depender de uma única pessoa, sem apoio e participação do povo nesse mesmo processo político. O Governo de uma só pessoa é anacrônico e indesejável", afirmou Sua Santidade em mensagem enviada ao Parlamento.
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O Parlamento tibetano, no exílio, situado na cidade indiana de Dharamsala, terá agora que deliberar sobre a mensagem em sessão no Parlamento, de acordo com informação à Agência Efe de um porta-voz do Dalai Lama, Tenzin Talkha.
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O líder espiritual dos tibetanos anunciou que pretende entregar seu poder político de Chefe de Estado a um sucessor "livremente eleito" pelo seu povo, permanecendo, contudo, à frente de sua liderança espiritual.

. O anúncio foi feito no 52º aniversário do Levante contra a invasão e ocupação da China em seu território, desde então.
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No comunicado, o líder tibetano rendeu tributo tanto aos que lutaram em 1959 contra a invasão e opressão chinesas como aos que participaram das manifestações ocorridas há três anos, em protesto no mesmo sentido. Nessa ocasião, o constante genocídio cultural e massacre da China causou novamente incontáveis mortes e torturas, levando a causa tibetana de volta ao cenário da Comunidade Internacional, frente aos inaceitáveis atos de total desrespeito aos Direitos Humanos Universais e ao Direito Internacional.
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O Dalai Lama também manifestou sua admiração à "notável luta não-violenta pela liberdade e a democracia" nos países do mundo árabe, e disse esperar que "essas mudanças inspiradoras conduzam à liberdade, à felicidade e à prosperidade genuínas de seus povos".
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Vale lembrar e rever a obra prima de Richard Attenborough, Gandhi, para que, de fato, o seu triunfo continue a mudar o mundo para sempre.
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Depois de lamentar que os tibetanos vivam "com temor e ansiedade constantes", sob a opressão chinesa, ele ainda propôs que uma delegação internacional possa visitar o Tibete para comprovar a realidade de seu povo.
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"Desde a década de 1960, manifestei que os tibetanos necessitam de um líder livremente eleito pelo povo tibetano, a quem eu possa delegar o poder. Agora, claramente, chegou o momento de colocar isso em prática".

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Fonte de pesquisa e crédito da foto: Punit Paranjpe/AFP / Agência EFE.